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CATHERINE DENEUVE – a deusa completa 70 anos

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O tempo é muitas vezes cruel com os astros e estrelas do cinema mundial. Mas até que ele tem sido gentil com Catherine Deneuve, que nos seus 70 anos de idade continua ostentando uma beleza e uma elegância singular. Abaixo, segue uma lista dos filmes comentados no texto que foram lançados em DVD no Brasil

Catherine Deneuve – Dois momentos gloriosos da musa

AÍLTON MONTEIRO
Crítico de Cinema

Catherine Deneuve é o nome artístico de Catherine Fabienne Dorléac, nascida em Paris no dia 22 de outubro de 1943, um ano antes de eclodir a Segunda Guerra Mundial. Filha de ator e atriz, o fato fez com que sua estreia no cinema fosse muito cedo, aos 13 anos. Foi descoberta pelo cineasta Roger Vadim ainda na adolescência. Aos 17 anos, ela saiu de casa para morar com Vadim.

Do relacionamento com Vadim nasceria um filho (Christian Vadim). Logo depois, Deneuve se casaria com o fotógrafo de moda David Bailey (o homem que inspirou o personagem principal de Blow-up – Depois Daquele Beijo, de Michelangelo Antonioni). O casamento durou pouco tempo devido a infidelidades de ambas as partes. Com o fim do casamento, Deneuve envolveu-se com o ator Marcello Mastroianni, com quem teve uma filha que, hoje, é também estrela, Chiara Mastroianni.

Em REPULSA AO SEXO (1965), de Roman Polanski

Seu estrelato veio com o musical ganhador da Palma de Ouro em Cannes Os Guarda-Chuvas do Amor (Les Parapluies de Cherbourg, 1964), de Jacques Demy. Foi o seu primeiro papel como protagonista num filme de grande repercussão. Os anos 1960 marcariam para Deneuve um momento em que se tornaria símbolo sexual em todo o mundo, em filmes de impacto como o horror psicológico Repulsa ao Sexo (Repulsion, 1965), de Roman Polanski, e A Bela da Tarde (Belle de Jour, 1967), do mestre do surrealismo Luis Buñuel. Já se nota apenas nesses três trabalhos citados que a atriz esteve muito bem assessorada, pois trabalhou com alguns dos mais importantes e louvados cineastas do mundo. No mesmo ano de A Bela da Tarde, ela voltaria a fazer um musical de Jacques Demy, Duas Garotas Românticas (Les Demoiselles de Rochefort, 1967).

Em TRISTANA  (1970), de Luis Buñuel

Em 1969 foi a vez de ela trabalhar com François Truffaut, com quem fez A Sereia do Mississipi (La Sirène du Mississipi). A essa altura sua carreira internacional estava estabelecida, embora ela tenha dado preferência por produções francesas. Em seguida, vieram mais dois filmes com diretores com quem ela já havia trabalhado, Tristana (1970), de Luis Buñuel, e Pele de Asno (Peau d’Âne, 1970), de Jacques Demy.

A atriz esteve presente em um dos policiais de Jean-Pierre Melville, ao lado de Alain Delon, Dinheiro Sujo (Un Flic, 1972); e novamente com Demy, em Um Homem em Estado Interessante (L’Événement le plus Important Depuis que l’Homme a Marché sur la Lune , 1973), que mostra a curiosa história de um homem que engravida.

Em LIZA (1972), de Marco Ferreri

Com o polêmico cineasta Marco Ferreri faria duas obras que explorariam seu sex appeal, A Cadela (Liza /La Cagna, 1972) e Não Toque na Mulher Branca (Touche Pas à la Femme Blanche, 1974). E foi com esse apelo sexual e essa beleza gelada que Deneuve alcançaria sucesso também fora do cinema, ora como musa da alta costura do estilista Yves Saint-Laurent, ora como rosto dos perfumes Chanel e até como figura feminina oficial da França, tendo seu rosto estampado em selos e moedas do país.

Um de seus sucessos fora da França foi Crime e Paixão (Hustle, 1975), de Robert Aldrich, contracenando com Burt Reynolds. No drama de guerra Marche ou Morra (March or Die, 1977), de Dick Richards, ela contracenaria com Gene Hackman e Terence Hill.

Em A NÓS DOIS (1979), de Claude Lelouch

Um dos filmes mais importantes de seu currículo é A Nós Dois (À Nous Deux, 1979), de Claude Lelouch. A virada para os anos 1980 faria com que ela tivesse a chance de trabalhar em um dos últimos filmes do aclamado cineasta François Truffaut, em um dos mais belos dramas sobre a resistência francesa durante a Segunda Guerra, O Último Metrô (Le Dernier Métro, 1980). Hotel das Américas (Hôtel des Amériques, 1981), de André Téchiné, foi outro filme importante do período.

Com David Bowie em FOME DE VIVER (1983), de Tony Scott

A volta para o cinema de língua inglesa seria marcante. Foi com Fome de Viver (The Hunger, 1983), de Tony Scott. No estilizado filme, que também conta com a presença de David Bowie e Susan Sarandon, ela interpreta uma vampira gótica bissexual. O papel a tornaria ícone de lésbicas, gays e góticos, durante a década de 1980. Porém, pode-se dizer que a década de 1980 foi o seu período menos expressivo.

A estrela sobreviveria à virada de décadas com prestígio. Indochina (Indochine, 1992), de Régis Wargnier, que ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro, renderia também a ela o seu segundo prêmio César – o primeiro havia sido com O Último Metrô. Durante essa década, ela trabalhou com cineastas de prestígio em filmes como A Minha Estação Preferida (Ma Saison Préférée , 1993), de André Techiné; As Cento e uma Noites (Les Cent et Une Nuits de Simon Cinéma, 1995), de Agnès Varda; O Convento (1995), de Manoel de Oliveira; Genealogias de um Crime (Généalogies d’un Crime, 1997), de Raul Ruiz; Pola X (1999), de Leos Carax; e O Tempo Redescoberto (Le Temps Retrouvé, d’Après l’Oeuvre de Marcel Proust, 1999), de Raul Ruiz.

Com Isabelle Huppert, em 8 MULHERES (2002), de François Ozon

Na virada para o século XXI, ela estaria em outros filmes importantes, como o vencedor da Palma de Ouro Dançando no Escuro (Dancer in the Dark, 2000), de Lars Von Trier; a comédia musical 8 Mulheres (8 Femmes, 2002) e Potiche – Esposa Troféu (Potiche, 2010), ambos de François Ozon; Um Filme Falado (2003), de Manoel de Oliveira; Reis e Rainha (Rois et Reine, 2004) e Um Conto de Natal (Un Conte de Nöel, 2008), ambos de Arnaud Desplechin; e Bem Amadas (Les Bien-Aimés, 2011), de Christophe Honoré. Isso, para citar apenas os mais conhecidos.

 

O seu mais recente trabalho, o drama Ela Vai (Elle S’em Va, 2013), da jovem cineasta Emmanuelle Bercot, no qual interpreta Cathy, dona de um restaurante que  chega aos 60 como amante de um industrial, o qual, apesar das promessas, nunca se divorcia da esposa, e, para refletir, ela decide dirigir a esmo pela cidade. O filme, que está em exibição na 37ª |Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, trata da busca da felicidade. Perguntada sobre a felicidade, não se fez de rogada: O que é felicidade? Para mim, essa palavra tem a ver com a infância. Apenas as crianças são felizes porque não precisam se preocupar. Por isso, a felicidade não é um estado permanente, são bons momentos e nada mais, destacou.

Em uma filmografia de mais de 100 títulos, há muitas pérolas a serem descobertas, certamente. Difícil imaginar outra atriz que tenha sobrevivido a tanto tempo e que tenha continuado na ativa e fazendo grandes filmes ao longo de 50 anos, ininterruptamente. Seu talento, mais do que o seu sex appeal, foi o que permitiu que isso ocorresse e que estivéssemos agora, junto com ela, comemorando os seus 70 anos de existência.

Catherine Deneuve continua linda. E com o talento e a beleza quase perene ao tempo. E o tempo tem sido generoso e gentil,  permite que estejamos, agora, junto com ela, comemorando os seus 70 anos de existência. Saudemos Catherine!

Filmografia disponível

Quase toda a filmografia da diva encontra-se disponível nas locadoras. Daí, que você poderá conferir o talento de Catherine alugando alguns de seus grandes trabalhos.

Filmes disponíveis em DVD no Brasil

8 Mulheres (Versátil)
A Bela da Tarde
(Silver Screen)
A Cadela (Lume)
A Minha Estação Preferida
(Midas)
A Sereia do Mississipi
(Silver Screen)
Crime e Paixão
(Signature Pictures)
Dançando no Escuro (Versátil)
Dinheiro Sujo (ClassicLine)
Duas Garotas Românticas (Vintage Films)
Fome de Viver (Signature Pictures)
Indochina (Flashstar)
Marche ou Morra (Ocean Pictures)
Não Toque na Mulher Branca (Cult Classic)
O Tempo Redescoberto (Versátil)
O Último Metrô
(Versátil)
Os Guarda-Chuvas do Amor (Signature Pictures)
Pele de Asno (Dreamland Filmes / Signature Pictures)
Pola X (Magnus Opus)
Potiche – Esposa Troféu (Imovision)
Reis e Rainha (Imovision)
Repulsa ao Sexo
(Cinemagia)
Tristana (Silver Screen)
Um Conto de Natal (Imovision)
Um Filme Falado (Paris Filmes)
Um Homem em Estado Interessante (Signature Pictures)

Veja o trailer de Bem Amadas, o mais recente trabalho de Catherine Deneuve a estrear nos cinemas brasileiros

Clique aqui para assistir o vídeo inserido.

 

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